O sol deve estar por volta do meio dia, um calor abrasador Jesus já foi julgado por Pôncio pilatos, condenado e entregue à turba daqueles lideres criminosos para ser executado, segundo esses assassinos, a execução se deve pelo simples fato de que Jesus se diz ser Filho de Deus. Na noite em que Jesus foi preso todos os seus apóstolos fugiram, ( Mateus 26:31 " Então Jesus disse aos discípulos: — Esta noite serei uma pedra de tropeço para todos vocês, porque está escrito: “Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho ficarão dispersas.”
O último dia de Jesus como humano
É fim de tarde da sexta-feira, 14 de nisã, de 33 EC. Alguns homens e mulheres estão prestes a sepultar um amigo querido. Um dos homens, Nicodemos, trouxe aromas, a fim de preparar o corpo para o sepultamento. Um homem chamado José providenciou linho puro para envolver o corpo ferido.
QUEM são essas pessoas e a quem estão sepultando? Para responder a essa pergunta, voltemos ao início daquele importante dia.
Noite da quinta-feira, 14 de nisã
Uma lua cheia e brilhante surge lentamente sobre Jerusalém. A cidade repleta de gente começa a ficar calma, após um dia agitado. Esta noite, o cheiro de carneiro assado toma conta do ar. É que milhares de pessoas estão sepreparando para um evento especial — a celebração anual da Páscoa.
Ali numa ampla sala para hóspedes está Jesus Cristo com seus 12 apóstolos ao redor de uma mesa posta. Escute! Jesus está falando. “Desejei muito comer esta páscoa convosco antes de eu sofrer”, diz ele. (Lucas 22:15) Jesus sabe que seus inimigos religiosos estão decididos a eliminá-lo. Mas antes que façam isso, algo muito significativo acontecerá esta noite.
Após a celebração da Páscoa, Jesus anuncia: “Um de vós me trairá.” (Mateus 26:21) Os apóstolos ficam aflitos. Quem dentre eles seria capaz de fazer isso? Após conversarem por um tempo sobre isso, Jesus diz a Judas Iscariotes: “O que fazes, faze-o mais depressa.” (João 13:27) Apesar de os outros não perceberem, Judas é o traidor. Ele se retira para cumprir seu covarde papel na trama contra Jesus.
Uma comemoração especial
Jesus passa a instituir algo totalmente novo — a comemoração de sua morte. Apanha um pão, ora em agradecimento e reparte-o entre os apóstolos. “Tomai, comei”, ordena. “Isto significa meu corpo que há de ser dado em vosso benefício.” Depois de todos comerem do pão, ele apanha um copo com vinho tinto, faz outra oração e lhes diz: “Bebei dele, todos vós.” E explica: “Este copo significa o novo pacto em virtude do meu sangue, que há de ser derramado em vosso benefício.” Dá a seguinte instrução aos remanescentes 11 apóstolos fiéis: “Persisti em fazer isso em memória de mim.” — Mateus 26:26-28; Lucas 22:19, 20; 1 Coríntios 11:24, 25.
Naquela noite, Jesus bondosamente prepara seus fiéis apóstolos para o que irá acontecer e confirma seu profundo amor por eles. “Ninguém tem maior amor do que este”, explica, “que alguém entregue a sua alma a favor de seus amigos. Vós sois meus amigos, se fizerdes o que vos mando”. (João 15:13-15) Os 11 apóstolos realmente se mostraram verdadeiros amigos, ficando com Jesus durante as provações.
Mais tarde — talvez depois da meia-noite — Jesus profere uma oração memorável, após o que eles entoam cânticos de louvor a Jeová. Daí, partem da cidade, cruzando o vale do Cédron sob a luz da lua cheia. — João 17:1-18:1.
No jardim de Getsêmani
Pouco depois, Jesus e os apóstolos chegam ao jardim de Getsêmani. Deixando oito dos apóstolos na entrada do jardim, Jesus leva Pedro, Tiago e João um pouco adiante, entre as oliveiras, e lhes diz: “Minha alma está profundamente contristada, até à morte. Ficai aqui e mantende-vos vigilantes.” — Marcos 14:33, 34.
Os três apóstolos esperam enquanto Jesus vai um pouco mais para dentro do jardim, a fim de orar. Com fortes clamores e lágrimas, ele suplica: “Pai, se tu quiseres, remove de mim este copo.” Jesus tem uma imensa responsabilidade. Como ficar aflito por pensar no que os inimigos de Jeová dirão quando Seu Filho unigênito for pregado numa estaca como se fosse criminoso! Sente-se ainda mais aflito quando pensa no vitupério que seu querido Pai celestial sofreria se ele falhasse nesse teste excruciante. Jesus ora com tanto fervor e fica tão aflito que seu suor se torna como gotas de sangue caindo ao chão. — Lucas 22:42, 44.
Jesus acaba de orar pela terceira vez. Nisso, aproximam-se homens carregando tochas e lâmpadas. Quem está à frente do grupo não é outro senão Judas Iscariotes, que vem diretamente a Jesus. “Bom dia, Rabi!”, diz ele, beijando-o mui ternamente. “Judas”, responde Jesus, “trais o Filho do homem com um beijo?” — Mateus 26:49; Lucas 22:47, 48; João 18:3.
De repente, os apóstolos entendem o que está acontecendo. Seu Senhor e querido amigo está prestes a ser preso! Por isso, Pedro apanha uma espada e decepa a orelha do escravo do sumo sacerdote. “Deixai-o ficar nisso”, diz Jesus rapidamente. Esticando o braço, cura o escravo e ordena a Pedro: “Devolve a espada ao seu lugar, pois todos os que tomarem a espada perecerão pela espada.” (Lucas 22:50, 51; Mateus 26:52) Os oficiais e os soldados seguram Jesus e o amarram. Confusos e amedrontados, os apóstolos o abandonam e desaparecem noite adentro. — Mateus 26:56; João 18:12.
Manhã da sexta-feira, 14 de nisã
Bem depois da meia-noite, na madrugada da sexta-feira, Jesus é levado primeiro à casa do ex-sumo sacerdote Anás, que ainda tem grande influência e poder. Anás o interroga e depois o envia à casa do sumo sacerdote Caifás, onde o Sinédrio está reunido.
Os líderes religiosos tentam encontrar testemunhas para inventar uma acusação contra Jesus. Mas até os depoimentos das testemunhas falsas são contraditórios. Durante todo esse tempo Jesus fica calado. Caifás muda de tática e ordena: “Pelo Deus vivente, eu te ponho sob juramento para nos dizeres se tu és o Cristo, o Filho de Deus!” Essa verdade não pode ser negada, por isso Jesus responde corajosamente: “Sou; e vós vereis o Filho do homem sentado à destra de poder e vindo com as nuvens do céu.” — Mateus 26:63; Marcos 14:60-62.
“Ele blasfemou!”, grita Caifás. “Que necessidade temos ainda de testemunhas?” A essa altura, alguns esbofeteiam Jesus e lhe cospem na face. Outros o esmurram e o ultrajam. (Mateus 26:65-68; Marcos 14:63-65) Logo após o amanhecer da sexta-feira, o Sinédrio reúne-se novamente, possivelmente para dar uma aparência de legalidade ao julgamento noturno, que é ilegal. De maneira corajosa, Jesus indica novamente que é o Cristo, o Filho de Deus. — Lucas 22:66-71.
A seguir, os principais sacerdotes e os anciãos o levam à força para ser julgado por Pôncio Pilatos, o governador romano da judéia. Eles acusam Jesus de subverter a nação, de proibir o pagamento de impostos a César, e de ‘dizer que ele mesmo é Cristo, um rei’. (Lucas 23:2; note Marcos 12:17.) Após interrogar Jesus, Pilatos declara: “Não acho crime neste homem.” (Lucas 23:4) Quando Pilatos fica sabendo que Jesus é galileu, ele o envia a Herodes Ântipas, governante da Galiléia, que está em Jerusalém para a Páscoa. Herodes não pretende que se faça justiça. Ele simplesmente deseja ver Jesus realizar um milagre. Uma vez que Jesus não satisfaz sua curiosidade e permanece em silêncio, Herodes e seus soldados zombam dele e o enviam de volta a Pilatos.
“Que coisa má fez este homem?”, Pilatos pergunta novamente. “Não achei nele nada que mereça a morte; portanto, eu o castigarei e o livrarei.” (Lucas 23:22) Assim, ordena que Jesus seja açoitado com um chicote de várias tiras, que dolorosamente lhe rasga as costas. Após isso, os soldados colocam uma coroa de espinhos na cabeça de Jesus e a apertam com força. Zombam dele e lhe batem com uma forte vara, apertando ainda mais a coroa de espinhos em seu couro cabeludo. Diante de toda essa indescritível dor e humilhação, Jesus mantém dignidade e força notáveis.
Talvez na esperança de que o estado de Jesus, todo ferido, desperte alguma compaixão, Pilatos o apresenta novamente à multidão e exclama: “Eis que vo-lo trago para fora, a fim de que saibais que eu não acho falta nele.” Mas os principais sacerdotes gritam: “Para a estaca com ele! Para a estaca com ele!” (João 19:4-6) Pilatos se rende à multidão cada vez mais insistente e entrega Jesus para ser pregado na estaca.
Morte agonizante
Já é o meio da manhã, possivelmente perto do meio-dia. Jesus é levado a um lugar chamado Gólgota, fora de Jerusalém, onde é pregado numa estaca de tortura com enormes pregos que lhe atravessam as mãos e os pés. Não há palavras para descrever a dor quando a estaca é erguida e o peso de seu corpo repuxa violentamente os ferimentos causados pelos pregos. Uma multidão se ajunta para assistir à execução de Jesus e de dois criminosos. Muitos falam dele com insolência. “A outros ele salvou”, zombam os principais sacerdotes e outras pessoas, “a si mesmo não pode salvar!” Até os soldados e os dois criminosos pregados em estacas zombam dele. — Mateus 27:41-44.
De repente, ao meio-dia, após Jesus estar pregado na estaca por algum tempo, uma escuridão fora do comum, de origem divina, cai sobre o país por três horas. Talvez seja isso que leve um dos malfeitores a repreender o outro. Daí, virando-se para Jesus, suplica: “Lembra-te de mim quando entrares no teu reino.” Que impressionante fé diante da morte iminente! “Deveras, eu te digo hoje”, responde Jesus, “Estarás comigo no Paraíso.” — Lucas 23:39-43.
Por volta das três horas da tarde, Jesus sente que seu fim está próximo. “Tenho sede”, diz ele. Depois, clama com voz alta: “Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?” Jesus percebe que seu Pai, por assim dizer, retirou a proteção dele para permitir que sua integridade seja provada até o limite, e cita as palavras de Davi. Alguém coloca uma esponja ensopada em vinho acre nos lábios de Jesus. Após receber um pouco do vinho, ele fala de maneira ofegante: “Está consumado!” E exclama: “Pai, às tuas mãos confio o meu espírito”, inclina a cabeça e morre. — João 19:28-30; Mateus 27:46; Lucas 23:46; Salmo 22:1.
Visto que já é o fim da tarde, apressam-se os preparativos para sepultar Jesus antes que se inicie o sábado (15 de nisã), com o pôr-do-sol. José de Arimatéia, destacado membro do Sinédrio e discípulo secreto de Jesus, consegue permissão para sepultá-lo. Nicodemos, outro membro do Sinédrio que confessa secretamente ter fé em Jesus, contribui com cem libras de mirra e aloés. De maneira cuidadosa, eles deitam o corpo de Jesus num túmulo memorial novo, perto dali.
Vivo outra vez!
No domingo de manhã, enquanto ainda está escuro, Maria Madalena e algumas mulheres vão ao túmulo de Jesus. Veja! A pedra foi rolada da frente do túmulo. O túmulo está vazio! Maria Madalena corre para informar Pedro e João sobre isso. (João 20:1, 2) Assim que ela deixa o local, um anjo aparece às outras mulheres e diz: “Não sejais temerosas.” E também exorta: “Ide rapidamente e dizei aos seus discípulos que ele foi levantado dentre os mortos.” — Mateus 28:2-7.
Enquanto vão às pressas, não encontram outro senão o próprio Jesus, que lhes diz: “Ide, relatai isso a meus irmãos.” (Mateus 28:8-10) Mais tarde, Maria Madalena está chorando junto ao túmulo quando Jesus aparece a ela. Ela mal consegue conter a alegria e corre para dar essa notícia maravilhosa aos outros discípulos. (João 20:11-18) O ressuscitado Jesus aparece a vários discípulos em cinco ocasiões naquele inesquecível domingo, não deixando dúvidas de que realmente está vivo outra vez.