DESDE que foi estabelecido em 1948 como estado moderno, Israel tem estado de prontidão contra seus vizinhos. Essa confrontação e disputa contínuas têm deixado um rastro de mães, esposas, filhos e outros consternados e enlutados — em ambos os lados. Todavia, um dos desejos naturais da humanidade, especialmente a nível familiar, é poder viver em paz. Entretanto, a guerra e a luta não são problemas exclusivos do Oriente Médio. Situações explosivas à espera de serem detonadas parecem existir no mundo inteiro. Assim, a pergunta é: será que algum dia conseguiremos estabelecer paz, não só no Oriente Médio, mas uma paz mundial? Em caso afirmativo, como se realizará isso? Será mediante a boa vontade política, religiosa e étnica da humanidade? Parece-lhe isso provável? Ou será necessária a intervenção de Deus, o Proprietário e Criador da Terra?
As Escrituras Hebraicas fornecem-nos profecias acalentadoras sobre o tempo em que as nações “forjarão das suas espadas relhas de arado, e das suas lanças, podadeiras: nação não levantará espada contra nação; jamais voltarão a conhecer a guerra”. — Isaías 2:4. Não foi só Isaías quem falou dessa paz em escala global. (Salmo 46:9-11 [ 46:8-10, NM]) Um dos principais temas da Bíblia é realmente o tempo em que haverá completa paz e harmonia entre os homens. Como comentou o estadista e escritor israelense Abba Eban, as Escrituras Hebraicas deram aos antigos israelitas uma perspectiva futura e uma esperança sem igual, visto que “só Israel aguardava tempos dourados no futuro”.1 Sim, está próximo um futuro maravilhoso para toda a humanidade, o fim da guerra, e muito mais. Isaías profetizou também condições paradísicas em toda a Terra — o fim da pobreza, das doenças e até o fim da morte. — Isaías 11:9; 25:8; 33:24; 35:5, 6; 65:21.
Alguns talvez reajam, dizendo: ‘Essas profecias foram escritas há milhares de anos, contudo ainda existe guerra. Como se pode considerar a Bíblia uma fonte fidedigna de esperança? Que provas concretas há de que a Bíblia é realmente a Palavra de Deus?
EM NOVEMBRO de 1994, o papa João Paulo II convocou uma assembléia multidenominacional no Vaticano. O evento foi marcado por orações pela paz mundial. “Quaisquer que sejam os conflitos do passado ou mesmo do presente”, disse o papa no seu discurso de abertura, “a nossa tarefa e dever comum é tornar mais conhecida a relação entre a religião e a paz”. Ironicamente, as religiões deste mundo têm uma péssima reputação neste respeito. William Vendley, secretário-geral da conferência, reconheceu que “as religiões estão profundamente envolvidas em conflitos, em várias partes do mundo”. Basta ver os massacres de Ruanda, um país predominantemente católico-romano.
Em maio de 1994, o papa João Paulo II admitiu que a tragédia ruandense era “um verdadeiro genocídio pelo qual, lamentavelmente, até mesmo os católicos são responsáveis”. Será que a participação católica afetou a credibilidade da Igreja? “Os massacres abalaram a fé de muitas pessoas”, disse André Bouillot, um jesuíta belga. E com boa razão. De acordo com um relatório da Reuters publicado no Herald de Miami, “sacerdotes, pastores e freiras estão entre os 40.000 prisioneiros hutus que aguardam julgamento por atos de genocídio”.
O The New York Times relatou: “Muitos ruandenses dizem que os bispos e arcebispos não condenaram os massacres com a devida prontidão e vigor, e que eles estavam achegados demais ao governo Habyarimana, que ajudou a treinar os esquadrões de morte. Pelo menos um sacerdote foi preso pelo novo governo, dominado pelos tutsis, acusado de colaborar nos massacres.” Não é de surpreender, acrescenta o Times, que “o novo Governo não quer que a Igreja Católica tenha o mesmo poder de antes, e que os soldados tenham molestado e até mesmo ameaçado prender sacerdotes que falam o que pensam e são demasiadamente independentes”.
Como encara Jeová Deus as orações pela paz feitas por religiosos que têm culpa de sangue? Isaías 1:15 responde: “Quando estendeis as palmas das vossas mãos, oculto de vós os meus olhos. Embora façais muitas orações, não escuto; as vossas próprias mãos se encheram de derramamento de sangue.” Enquanto isso, os servos genuínos de Jeová continuam a ‘não fazer parte do mundo’ e de seus conflitos. Durante os massacres em Ruanda, Testemunhas de Jeová de ambas as tribos arriscaram a vida para abrigar em seus lares Testemunhas ameaçadas da outra tribo, a fim de proteger a vida delas. A “grande multidão” de Testemunhas ao redor do globo, de todas as etnias, ora pelo Reino e o advoga como a única esperança para a verdadeira paz e segurança. — João 17:14; Revelação (Apocalipse) 7:9; Mateus 6:9, 10; 24:14